Meu sangue carcomido,
O sexo exacerbado,
Reveste de sentido,
A ferida no estofado.
O polegar, esse exegeta,
Toca um fluido ignorado.
Corre limpa desinfeta,
Crítico, o tédio está sentado.
Espalha veneno
Uma xícara vazia.
Na mesa polida peno,
Um foco amargo ia.
Ser ameno, ser simpático.
Ignorar as pessoas,
Mesmo sorrindo, pragmático.
Até quando lhe entoam loas.
Na garrafa, sem aroma,
Não há gente, não há fé.
O amargor de existir assoma
Na sólida manhã sem café.
Demian Machado
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