Não há sonhos na manhã deste dia. Não existem sonhos visitando a catedral. O pragmatismo lhes retirou todo fluido e o escorreu entre os dedos, em uma camisa molhada de suor e metais engraxa o cavalo a vapor.
Poderia ser o álcool, essa leve angústia, moléculas egoístas não abrem espaço para visitas. Mas são lápis desarmados em dedos grossos, densos demais para o piano, vastos para as cordas de violão, desajeitados entre as placas de circuitos, retângulos dentuços de polímero, cobre e outros metais pequeninos, nossas presas, com as quais queremos morder e mastigar o mundo.
Dedos grossos manipulam o mundo através da alavanca do próprio sexo. Terminam velhos e úmidos, recobertos de tempo recendendo á mágoa. Da gordura das horas se faz o sabão que lava a sépia dos sonhos de debaixo das unhas dos dedos calejados de procurar.
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